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Previsão do Tempo 18/02/2025 | 16:43
Publicado em 17/06/2016 ás11:00
A juíza de direito da Comarca de Catanduvas, Dominique Gurtinski Borba Fernandes, convocou representantes da sociedade e da imprensa para uma reunião no final da tarde desta quinta-feira (16), ocasião que esclareceu sua decisão sobre retirar a administração do Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro da empresa CL Serviços de Saúde Médica Hospitalar.
Incialmente, a magistrada deixou claro que não costuma se manifestar publicamente sobre os processos, e que sua atitude de falar se deve as informações distorcidas repassadas à população. No entanto, se restringiu a comentar o teor da decisão sem entrar no mérito do processo, que terá direito a ampla defesa dos requeridos até o julgamento.
A juíza criticou o protesto realizado na última segunda-feira (13), que segundo ela, foi orquestrado para culpara o judiciário pelo fechamento do hospital. “A manifestação não foi popular. Foi feita por funcionários da CL, parentes, amigos e alguns agentes públicos municipais”, disse. “Fui impedida de conversar com as pessoas. O senhor Dilson Rízzi (presidente do Conselho Municipal de Saúde) incitou os manifestantes a vaiar e promover apitaço. Em seguida fui desacatada por uma pessoa que estava na frente, e por isso do meu aviso de prisão. Tenho testemunhas e dados desse senhor que será processado pelo crime de desacato”, descreveu, ao comentar que não disse que iria prender todos que estavam na frente do Fórum. “Eu tenho prerrogativas, independência e autonomia para decidir. Então, eu mereço o respeito da sociedade enquanto representante do Poder Judiciário”.
A magistrada afirmou também que não é partidária, sua função é ser imparcial, aplicar a lei. “O Ministério Público trouxe indícios, por isso da minha decisão, para salvaguardar o interesse da população e o dinheiro público, que sai do bolso de vocês. Eu não estou julgando ninguém. Não estou dizendo que os fatos ocorreram, porque isso tudo será analisado na instrução do processo, mas o que tenho até aqui foi suficiente para a decisão”, explicou. “Daqui para frente se alguém quiser contestar serão as partes perante o tribunal. Gostem ou não, aqui em Catanduvas não existe ninguém que pode derrubar minha decisão, somente o Tribunal de Justiça”, desabafou ao dizer que está com a consciência tranquila em ter cumprido seu papel. “Para quem tiver interesse, o numero do processo é 378-79.2016.8.24.0218. Qualquer pessoa pode ter acesso, é um processo público”.
Questionada por vereadores sobre a situação atual, em que o hospital está fechado, a juíza esclareceu que não há impedimento algum para seu funcionamento. “Há previsão no contrato de uma rescisão unilateral ou consensual. Não existe obrigação do município manter contrato com a empresa, a não ser que seja o desejo da prefeita”.
Atraso no pagamento dos servidores do hospital
A juíza comentou ainda os boatos de que os servidores estão com salários atrasados devido ao bloqueio de bens da empresa e de seus sócios. “Muitos estão me acusando, mas não há um real bloqueado da empresa ou dos médicos por esse juízo. A CL recebeu quase R$ 1 milhão de reais do município e se não pagou seus funcionários não foi por conta da minha decisão”.
De acordo com ela, na conta da CL havia apenas R$ 51,40, nas contas do Claudio Cesar Fuzinato foram encontrados R$91,72, R$72,00, R$24,00 e em outra conta apenas dois centavos. Dois veículos estão em seu nome, mas nenhum imóvel. A conta de Lírio Baretto está zerada, e também não foram encontrados bens em seu nome.
Irregularidades
Houve a participação de apenas duas empresas no processo licitatório, sendo o médico Lírio Barreto sócio de ambas;
A CL foi constituída em junho de 2015, um mês após abertura do edital de licitação;
Município assumiu no edital da licitação a responsabilidade de por um ano emprestar seu CNPJ a empresa vencedora para a manutenção de convênios com o estado e com o SUS, bem como se comprometeu em investir na reforma do hospital e angariar recursos públicos para este fim, mesmo tendo locado o imóvel para uma empresa privada;
Após o início das atividades, houve a manutenção de servidores municipais trabalhando dentro do hospital em favor da empresa CL;
Inobservância das regras da Vigilância Sanitária, como por exemplo, o não conserto da autoclave (instrumento de esterilização), e a falta do quadro mínimo de profissionais exigidos para o funcionamento do hospital. O MP diz que a Prefeitura entregou o hospital com o equipamento funcionando, mas no primeiro mês estragou e a CL passou a fazer esterilização nos postos de saúde do município para seu próprio benefício. O quadro de 22 funcionários não existia, tanto que a Vigilância Sanitária Estadual interditou o hospital em janeiro deste ano;
Repasse de medicação adquirida pelo Fundo Municipal de Saúde com verba pública, que seria de destinação aos ESFs, ao hospital administrado pela CL;
Cobrança de valores por curativos e medição de pressão nos pacientes atendidos pelo SUS;
Internações de pacientes sem necessidades, para que a empresa recebesse o repasse das AIHs (Autorização de Internação Hospitalar). Não havia previsão no edital do repasse do dinheiro do município para a CL pelas internações. Em dezembro a prefeita tentou fazer um termo aditivo para liberar o recurso (R$92 mil mensais), mas foi rejeitado pela Câmara de Vereadores. Após isso houve um parecer do Conselho Municipal de Saúde, presidido por Dilson Rízzi, pela liberação. O MP diz que o repasse já ocorria antes do parecer, e que o conselho não tem poderes para autorizar o executivo a repassar esse tipo de verba a uma empresa privada sem autorização da Câmara de Vereadores;
Relatórios do hospital apontam 29 casos de pneumonia causadas por fungos, que só poderiam ser diagnosticadas por Raio X, sendo que o hospital não conta com este equipamento. “Como que os médicos diagnosticaram essas doenças e mantiveram essas pessoas internadas para isso? Isso tudo vai ser averiguado, inclusive já existe uma auditoria da Vigilância Sanitária Estadual ocorrendo no hospital”, concluiu a juíza.
A prefeita, que estava presente, preferiu não se manifestar.
Confira abaixo áudio com trecho do esclarecimento:
O grave acidente aconteceu por volta das 12h35min no km 391, próximo ao antigo trevo da empresa HISA, e envolveu também um VW/T-Cross de Chapecó
O grave acidente ocorreu por volta das 20h deste sábado (15) na BR-282, trecho entre o Motel Aquarium e o trevo do Chocodinho
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