Uma plataforma online poderá facilitar o desenvolvimento de novas pesquisas voltadas à prevenção e diagnóstico de doenças infectocontagiosas. O software ainda está em fase de desenvolvimento por meio de um estudo que vem sendo realizado na Unoesc com a colaboração de universidades como a UFSC e a UDESC e de pesquisadores norte-americanos do Centeres for Disease Control and Prevention (CDC). Quem explica é o professor Glauber Wagner, biólogo e doutor em Biotecnologia e Biociências, responsável pela pesquisa na Unoesc. Segundo ele, o organismo humano desenvolve anticorpos quando as células de defesa do sistema imunológico conseguem identificar e se ligar a partes de proteínas que formam os micro-organismos. Estas partes de proteínas, conhecidas como epítopos, é que são usadas para o desenvolvimento de vacinas e procedimentos de diagnósticos. A proposta do estudo realizado na Unoesc é reunir em uma plataforma online dados sobre alguns micro-organismos que já tiveram ou venham a ter epítopos identificados, como vírus (como o HIV, o HPV e os causadores das hepatites e das gripes), bactérias, fungos e até mesmo protozoários e vermes causadores de inúmeras doenças. – A plataforma permitirá que pesquisadores do mundo inteiro possam acessar estes dados – afirma o professor Dr. Glauber. O acesso aos dados facilitará o desenvolvimento de novas pesquisas sobre os micro-organismos conhecidos e também sobre os que ainda são desconhecidos, como os que surgem de mutações ou possuem DNA semelhante aos já conhecidos. A pesquisa iniciou em março e segue até dezembro de 2014. É financiada pela Fapesc, que destinou R$ 36 mil, e pela própria Unoesc, que investirá R$ 16,8 mil até o término do estudo. Identificação de epítopos De modo paralelo ao desenvolvimento da plataforma, os pesquisadores do Laboratório de Doenças Infecto-parasitárias da Unoesc Joaçaba também trabalham nos testes laboratoriais dos epítopos identificados de alguns protozoários, como o causador da doença de Chagas (Trypanosoma cruzi), o causador da leishmaniose (Leishmania sp.) e um tripanosoma que é similar ao causador da doença de chagas, o Trypanosoma rangeli, que não causa uma doença grave mas, por ser parecido com o Trypanosoma cruzi, gera problemas nos diagnósticos da doença de chagas. Nesta etapa do projeto, há a participação de outros três pesquisadores da Unoesc: os professores doutores Gerson Azulim Muller e Bruno Rodolfo Schlemper Junior e a bióloga Marcelina Debiassi. Também participam dois acadêmicos do curso de Ciências Biológicas: Rafael Fogaça de Almeida e Maiara Anschau Floriani. Após os testes da plataforma, essa equipe investigará os epítopos em micro-organismos como a bactéria causadora da tuberculose, o vírus da dengue e espécies de protozoários. Caso cheguem à identificação de partes de proteínas que possam se ligar às células de defesa do organismo humano, os resultados destes estudos paralelos serão compartilhados na plataforma.
Fonte: Bruna Santos de Andrade/Unoesc