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Agricultura

Alesc celebra os 15 anos de SC como área livre de febre aftosa sem vacinação

Publicado em 26/05/2022 ás16:30

Bruno Collaço/Agência AL

Foto: Bruno Collaço/Agência AL

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina promoveu, na noite desta quarta-feira (25), uma sessão especial em comemoração aos 15 anos da emissão, para Santa Catarina, da certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

A solenidade foi proposta pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Moacir Sopelsa (MDB), e contou com a participação do governador do Estado, Carlos Moisés (Republicanos); do secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo Miotto Ternus; e de diversas outras lideranças políticas e de integrantes de associações e entidades ligadas à produção animal.

Na ocasião, foram homenageados os órgãos públicos, instituições, e personalidades que atuaram ativamente para que Santa Catarina obtivesse o referido status sanitário, que foi concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no dia 25 de maio de 2007 e contribuiu para tornar o estado referência no país em sanidade animal e potencializou o desenvolvimento de toda uma cadeia econômica.

Em uma mensagem gravada, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, qualificou a data como digna de comemoração, afirmando ainda que o trabalho realizado em Santa Catarina abriu as portas para que outros estados também buscassem a mesma condição sanitária. “Cabe a mim hoje parabenizar, agradecer ao governo do Estado, aos seus técnicos e produtores, e também à equipe do Ministério da Agricultura, que trabalharam tanto para que Santa Catarina obtivesse esse resultado. O governo federal agora trabalha para que o mesmo seja alcançado por outros estados. Parabéns a Santa Catarina pelo exemplo que deu ao país”.

Em seu pronunciamento, o deputado Moacir Sopelsa, que é agropecuarista e já atuou como secretário da agricultura do município de Concórdia e também do governo do Estado, fez um relato do processo de vários anos que culminou com a obtenção da certificação da OIE.

O trabalho, disse, envolveu etapas como viagens à Brasília e Itália para consulta técnica, a necessidade de criação  do Icasa (Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária), coma contratação de mais de 100 médicos-veterinários, e decisões corajosas de seguir adiante com a suspensão da vacinação do rebanho catarinense ante o surgimento de focos de aftosa nos estados vizinhos. “Assim foi feito e nós chegamos onde estamos hoje. E estou feliz pelo que foi feito, pois nos permitiu passar de 300 milhões exportados para 5 bilhões [de dólares, ao ano]. Que a gente possa manter esse status, para que os nossos produtores possam continuar a exportar e Santa Catarina sendo exemplo e conquistando mercados cada vez mais importantes.”

Durante a sessão, outros deputados também se pronunciaram em favor do agronegócio catarinense. “Esse status é o principal motivo das conquistas que nós temos nos mercados mais exigentes do mundo. Que as futuras gerações possam estar aqui comemorando essa grande conquista, que é o alicerce da economia de Santa Catarina. Nós vivemos o agro, nós somos o agro”, disse Altair Silva (PP), que até março deste ano atuava como secretário de Estado da Agricultura.

Já Coronel Mocellin (Republicanos), destacou a atuação dos profissionais da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) para  a manutenção do status sanitário catarinense, com a realização de procedimentos como a brincagem dos rebanhos e a fiscalização dos animais que chegam de outros estados.

Conforme disse, este trabalho mostra-se especialmente importante diante da falta de informações sobre as ações que estão sendo adotadas em outras regiões do país. “Os outros estados que estão livres [de vacinação], será que  estão tendo o mesmo cuidado que Santa Catarina está tendo? Esta é uma preocupação que precisamos ter e também começar a cobrar dos estados vizinhos que tenham o mesmo rigor que os nossos produtores têm aqui.”

O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas, que falou em nome dos homenageados, revelou que atualmente os produtos catarinenses possuem uma boa imagem no exterior, com a pauta de exportação baseada em proteína animal alcançando mais de 160 países. Ele conclamou o Poder Público, a seguir investindo, por meio de seus órgãos de governo, para que o setor agropecuário do estado possa assegurar estes mercados. “Nós temos um compromisso muito grande em dar continuidade a isso, então peço a todas as lideranças que a gente continue investindo muito forte no nosso serviço oficial, na Cidasc, que a gente tenha no Ministério da Agricultura uma grande parceria. E que a gente tenha em todas as nossas instituições como Icasa, Faesc (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), investindo e desenvolvendo, porque hoje o agronegócio de Santa Catarina nos dá o maior orgulho.”

Manutenção do grau de sanidade
Em seu pronunciamento, o governador Carlos Moisés afirmou que o setor do agronegócio responde atualmente por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e que a sua gestão está comprometida em dar sequência ao trabalho de manutenção do status sanitário de área livre de febre aftosa sem vacinação. Como exemplo, ele citou a recente edição de uma série de atos normativos visando aprimorar a rastreabilidade de animais no território catarinense.

“Nós precisamos controlar severamente os animais que entram e que saem do nosso estado para que a gente não tenha prejuízo nesse status internacional que fez Santa Catarina equilibrar sua balança comercial e o agronegócio ser forte como ele é na produção de proteína animal, exportando para todos os estados brasileiros e para o mundo também em grande quantidade. Isso foi feito a partir da confiança que o consumidor tem com o alimento saudável produzido em Santa Catarina.”

Na mesma linha, o secretário de Estado Agricultura, Ricardo Miotto Ternus, acrescentou que o governo enxerga a importância do setor de produção animal também sob um viés social, para a manutenção do homem no campo.  “É  necessário que a gente mantenha essa condição sanitária de área livre de aftosa sem vacinação, da qual hoje comemoramos 15 anos, e também de todo um conjunto políticas públicas e de estruturas que mantém o agronegócio como carro chefe da economia do nosso estado e que exerce papel não só econômico, mas também social, porque ajuda a gerar renda e fixar as 184 mil famílias que temos hoje vivendo no campo.”

 

Fonte: Agência AL

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