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Publicado em 29/09/2022 ás11:00
Aconteceu no último dia 16, o pré-lançamento do livro “Histórias que eu ouço na clínica”, com base em depoimentos de pacientes que vivem na Clínica de Reabilitação, ambientada no Hospital Santa Luzia, em Ponte Serrada.
O evento também serviu para dar maior atenção ao Setembro Amarelo, mês no qual se trabalha a campanha de prevenção ao suicídio.
A obra escrita pela jornalista e escritora Kiane Berté está em fase final de desenvolvimento e deve ser lançado oficialmente nos próximos meses.
O livro retrata o trabalho desenvolvido pelos profissionais na clínica e também traz histórias de vida de cerca de 15 pessoas – entre homens e mulheres – que estão em tratamento na unidade.
Nelas, os pacientes – grande maioria da região Oeste de Santa Catarina – relatam como chegaram até ali, dando depoimentos bastante emocionantes, que envolvem problemas sociais como vício em drogas, álcool, abuso sexual e, também, a depressão, que é uma doença enfrentada pela grande maioria dos pacientes que se encontram na unidade, além de outros transtornos mentais.
“Esse livro vai servir para que as pessoas conheçam mais sobre a Clínica, para expor os problemas sociais que muitos enfrentam, fazer com que a comunidade tenha uma reflexão sobre o tema e, também, ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema a entender que não são os únicos, e que existe tratamento e um lugar onde eles possam mudar e se renovar”, comenta a escritora.
A campanha Setembro Amarelo
Além do pré-lançamento da obra “Histórias que eu ouço na clínica”, a Saúde Mental do Hospital Santa Luzia aproveitou para colocar em pauta a importância do Setembro Amarelo, para sensibilizar e conscientizar esta campanha tão importante de prevenção ao suicídio.
“Essa campanha ela é conhecida mundialmente pela importância e a necessidade de estar abordado junto à comunidade e as pessoas em geral, e principalmente nós internamente com os pacientes que se encontram em tratamento de saúde mental”, explica Laisa Mendes, coordenadora da saúde mental.
Conforme a profissional, a campanha tem o intuito de trazer para as pessoas a importância da valorização da vida, a qualidade, e a prevenção do suicídio, já que os índices são bastante altos nessa questão.
“Recebemos vários pacientes com tentativa e ideação ao suicídio, onde eles buscam o tratamento como uma das últimas alternativas, porque até então, o antes, faltou em alguma momento, a prevenção, faltou adesão ao tratamento ambulatorial, alguns conflitos, as pessoas, principalmente hoje na pandemia, aumentou muito o índice da tentativa de suicídio, a depressão em um geral, onde as pessoas não conseguiram lidar com alguma situação ou fragilidade com essa pressão e ao mesmo tempo a preocupação com a escola e o trabalho”.
Laisa também ressalta a importância de trazer esse tema para a sociedade, para que, de alguma forma, ajude a salvar vidas, também falando sobre o tratamento de saúde mental, que pode auxiliar quando as pessoas mais precisarem.
“A internação em si ela é uma das últimas alternativas, ela não deixa de ser tanto quanto importante na vida da família, da comunidade em geral, mas principalmente o paciente. A gente busca ofertar um trabalho humanizado, acolhedor para o paciente e o familiar, porque infelizmente a família também adoece”, comenta.
Para a coordenadora, o livro “Histórias que eu ouço na clínica” vem trazendo uma grande importância na vida da comunidade, porque, através dele, portas podem ser abertas, onde pessoas que estão em busca de ajuda, acabam se identificando.
“O livro não traz uma vitimização para as pessoas, e nem de aborrecimento quando for realizar a leitura desses depoimentos, que em algum momento trazem emoção, trazem uma tristeza, muito pelo contrário. O livro vem como uma forma de reflexão e trabalhar com a empatia, e ao mesmo tempo, uma prevenção, onde a pessoa se identifica com aquela história e acaba buscando ajuda”.
Atividade voltada à campanha
Os pacientes que ficam na clínica também participam de atividades diariamente, como forma de extravasar e melhorar a qualidade de vida. No mês de setembro, eles também fazem atividades voltadas à campanha, como forma de se expressar.
Uma delas, em especial, é um painel que está localizado no corredor principal da ala de saúde mental, expondo frases e mensagens sobre a vida e a importância de buscar ajuda.
“O objetivo dessa atividade era que eles tivessem empatia com essas pessoas [que tentam suicídio] porque nós temos alguns deles aqui na clínica que tentaram, e o que eles, como pessoa em tratamento, gostariam de repassar para a família, para um amigo, que já tentou suicídio, e se alguém que já tentou, quisesse falar sobre”, ressalta a psicóloga Carolina Dalla Costa.
Entre as frases descritas por eles no painel há mensagens motivacionais, frases bíblicas e desabafos.
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