A Defesa Civil de Santa Catarina confirmou que o interior de Rio das Antas foi atingido por um tornado de intensidade fraca na tarde da terça-feira (28). O fenômeno causou destelhamentos, danos em um pomar e destruição parcial de um galpão na comunidade de Salto Rio das Pedras, entre às 14h e 15h, quando foi observada uma queda das temperaturas de 24°C para 21°C. 

O radar meteorológico de Chapecó não identificou nuvens de tempestades severas, nem assinaturas típicas destes eventos nos campos de vento. Apareciam apenas nuvens de baixo desenvolvimento vertical, que poderiam provocar algumas rajadas de vento. 

No entanto, o tornado pode ser identificado nos vídeos amplamente divulgados nas redes sociais, que mostram o fenômeno climático de intensidade fraca. As imagens mostram um funil compacto, com ventos organizados e rotativos, levantando poeira e detritos ao redor do funil. A rotação, embora evidente, caracteriza-se por uma intensidade mais baixa, se dissipando em um curto período de tempo. 

A avaliação deste fenômeno gera uma confusão bastante comum, devido a similaridade, em primeira impressão, com um redemoinho. O Professor Dr. Ernani De Lima Nascimento, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), especialista em tempo severo, afirma que o evento é de fato um tornado. Ele explica que a dinâmica do vórtice observado é característico deste tipo de fenômeno, e que o ambiente úmido é incompatível com um redemoinho de céu claro.

Sobre a ausência de uma tempestade severa, o professor explica: “A nuvem que o produziu não precisa ser necessariamente uma supercélula, o que pode explicar a ausência de assinaturas típicas de supercélula nas imagens de radar. Estes casos são praticamente impossíveis de alertar justamente pela ausência das assinaturas típicas”, concluiu.