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Joaçaba

Unoesc diz que curso não foi avaliado corretamente por alunos de medicina

Publicado em 19/12/2014 ás15:00

Diretor de graduação da Unoesc – Ricardo Marcelo de Menezes

Foto: Diretor de graduação da Unoesc – Ricardo Marcelo de Menezes

O diretor de graduação da Unoesc – Campus de Joaçaba – Ricardo Marcelo de Menezes, concedeu uma entrevista coletiva no final da manhã desta sexta-feira (19) para comentar a nota do curso de medicina de Joaçaba na prova do Enade (Exame Nacional de Avaliação dos Estudantes). O curso obteve nota 2, em uma escala de 1 a 5.

De acordo com Menezes, os alunos não fizeram uma avaliação positiva da estrutura física da instituição. “70% do conceito do CPC (Conceito Preliminar de Curso) vem dos alunos, da percepção que eles tem do curso. Não estamos desqualificando essa percepção, mas se eles tivessem obtido um desempenho melhor e avaliado melhor nossas instalações, teríamos uma nota superior a 2”, apontou atribuindo os outros 30% à instituição. “Nesse percentual é avaliado o corpo docente: quantos professores mestres, doutores e em tempo integral temos”, explicou o diretor de graduação ao afirmar que a universidade evoluiu nos índices desde a última avaliação em 2010.

“Pode ter estragado um ar condicionado na sala de aula, e não foi arrumado no mesmo dia. Situações como essa deixam o aluno insatisfeito e ele acha que na avaliação do Enade é o momento de retratar, o que reflete negativamente como um todo”, exemplificou Menezes para justificar a concepção dos alunos sobre o curso. “Para se ter uma ideia, os alunos de medicina avaliaram nossa estrutura em 3,64 (escala de 1 a 5 ), enquanto que os alunos de odontologia, que não tem uma estrutura igual, avaliaram em 4,85, ou seja, mais de 1 ponto superior”, comparou.

Para o diretor de graduação, o conceito obtido é preliminar e pode ser revertido após a avaliação do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), através de uma comissão formada por profissionais da área médica que vem conferir se os dados repassados pelos alunos conferem com a situação. “Todo curso que tira 1 ou 2, pode alterar o conceito com a visita da comissão. Se a comissão eventualmente ratificar a nota, aí sim seria um problema grave, mas se ela elevar vai substituir o CPC, como aconteceu com o resultado negativo que obtivemos em 2010. A comissão verificou in loco nossa estrutura e elevou para 4,56 a nota que também havia sido 2”, comentou. “Temos absoluta convicção que vamos novamente reverter essa situação e ter o conceito de curso (CC) alterado”, garantiu.

Durante a entrevista, Menezes revelou que a Unoesc encontra dificuldades em manter profissionais com titulação no corpo docente do curso, que é composto por 90 professores. “Temos feito todos os esforços para aumentar o número, além de termos um plano de aplicação para incentivar e qualificar nosso corpo docente”. Outra situação apontada é o aspecto local. “Moramos em um município do interior, e, que não tem um numero suficiente de profissionais que possam contribuir. Tanto é que temos que buscar professores de fora, e que nem todos estão voltados a área acadêmica, pois possuem vinculação profissional em seus municípios”, defendeu.

Questionado se o fato da avaliação ter sido realizada com alunos concluintes do curso implicaria na qualidade dos profissionais formados pela instituição, Menezes ponderou. “Nossos alunos tem passado em residências concorridas, se empregado em hospitais e também em outras atividades. A relação de empregabilidade e desempenho no mercado de trabalho é bastante positiva”, disse. Ele descarta a possibilidade do curso ser descredenciado pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) por obter avaliações negativas nas duas últimas edições do Enade. “Isso não está nem sendo cogitado. Vamos passar por um processo de supervisão que é gradativo, e eles não podem sumariamente descredenciar o curso”.

Medidas

A Unoesc estará desenvolvendo ações internas na reestruturação do corpo docente, ampliando vagas de mestrado, e reformulando a assessoria pedagógica para apresentar a evolução ao Inep. “Vamos também aguardar a divulgação dos dados mais específicos para entender o que os nossos acadêmicos apontam como inadequado, pois entendemos que a estrutura atende plenamente o que está determinado nas diretrizes”.

Acompanhe abaixo um trecho da entrevista coletiva:

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