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Região

Famílias atingidas por tornado começam a reconstruir suas casas

Publicado em 23/04/2015 ás15:00

Professor dava aula quando o Ginásio desabou (Foto: Julio Cavalheiro/Secom)

Foto: Professor dava aula quando o Ginásio desabou (Foto: Julio Cavalheiro/Secom)

Após três dias da passagem do tornado no município de Xanxerê, Oeste de Santa Catarina, o cenário ainda é de destruição. Casas totalmente danificadas, móveis perdidos e a história de vida de muitas pessoas que perderam tudo ou parte do que foi construído com muito esforço. 

Em meio ao cenário calamitoso, milhares de pessoas já trabalham na retirada do entulho que ficou nas ruas, nas residências e nos órgãos públicos. Para quem vivenciou o momento da passagem do tornado, é hora de voltar ao local para recuperar pertences que foram deixados para trás. Este é o exemplo do professor de Educação Física e treinador Valdir Marical, que estava com 28 atletas com idades de 12 a 16 anos, no Ginásio Ivo Sguissardi, no Bairro dos Esportes. O local foi totalmente destruído.

Emocionado, Marical recebeu das mãos dos bombeiros sua pasta de trabalho que ficou embaixo dos escombros e relatou os momentos de angústia e terror que ele e os alunos viveram. “Nós estávamos treinando, quando percebi que o tempo ficou feio e o vento aumentou. No momento, mandei todos correrem para debaixo das arquibancadas. O barulho era gigante. Achei que íamos morrer. Naquela hora só pensei em proteger as crianças. Quando diminuiu o barulho, saímos e ficamos estarrecidos com a destruição”, relata o professor.

A estudante Alana Alves dos Santos, 16, era uma das meninas que estavam treinando voleibol no ginásio. “Nosso treinador gritou para nos escondermos embaixo das arquibancadas, mas não sabíamos o que estava acontecendo. Na hora do desespero, nos demos as mãos e começamos a rezar. Pensamos que tinha sido destruída toda a cidade, ficamos desesperados, pensamos em nossas famílias. A sensação agora é de agradecimento ao nosso treinador e no milagre que aconteceu”.

Em meio à tristeza e à destruição, há quem permaneceu na residência que foi danificada, como é o caso do casal do Bairro dos Esportes, Angela Piva Berté e Olivio Berté. Ela relatou que tudo foi muito rápido.

“Escutamos um estrondo muito forte. Foi uma experiência que não desejo para ninguém. Estamos no processo de reconstrução e impressionados com a solidariedade. É bombeiro, Defesa Civil, polícias, exército e muita gente que nos procura para ajudar. É incrível. Há 40 anos, construímos essa casa e começamos do zero. Agora vamos reconstruir e vamos conseguir! Somos privilegiados por estarmos vivos, e isso é o mais importante”, explicou.

Já o morador Lourival Gianchini disse que estava com a família no trabalho e, quando chegou em casa no final da tarde, não conseguiu entrar em casa, pois ela estava destruída. “Não tem palavras para descrever. Somos acostumados a trabalhar, a lutar. Compramos essa casa há cinco meses. O trabalho de uma vida inteira está aqui. Tenho uma filha de 9 anos e não podemos desistir. Estamos recebendo muita ajuda. Temos que parabenizar o trabalho de todos os envolvidos”.

O trabalho da Defesa Civil, Polícias, Exército e Corpo de Bombeiros também é visto por todo lado. Os bombeiros, por exemplo, estão divididos em equipes, atuando no resgate de bens públicos, nas estruturas atingidas e no apoio humanitário às famílias.

“Todos os bombeiros estão trabalhando no apoio humanitário através da distribuição de alimentos e água potável. As equipes estão atuando de maneira efetiva em vários pontos para apoiar a população e fazer a retirada de bens que ficaram nas estruturas que foram comprometidas”, contou o tenente Alan Delei Cielusinski.

Fonte: Assessoria

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